A cirurgia ortognática tem como indicação a harmonização das proporções dos ossos da face. Modificando as posições de maxila, mandíbula queixo e gengivas, quando alterações no crescimento ósseo dos maxilares trazem alterações nas dimensões dos ossos da face e alterações na mordida. Sua definição vem das palavras em latim “orto” que significa correto e gnatos que vem de maxilares. Ou seja: significa é o procedimento que corrige a relação entre os maxilares quando somente o tratamento ortodôntico não consegue corrigir a oclusão (mordida).
É indicada para pessoas que possuem uma desarmonia facial, que são resultado de um crescimento exagerado ou inadequado dos ossos que compõem a face: maxila, mandíbula, nariz e zigomático, afetando cerca de 10% das pessoas. A assimetria facial tem início durante a fase de crescimento se estabilizando na idade adulta. Época na qual este tipo de procedimento é realizado.
Normalmente, antes da cirurgia é necessário o tratamento ortodôntico, pois se os dentes estiverem desalinhados fica mais difícil de se fazer o encaixe na posição correta. Mas em alguns casos, a cirurgia pode ser realizada antes mesmo do tratamento ortodôntico. Isto é chamado de benefício antecipado e acontece nos casos nos quais os dentes já possuem um certo engrenamento.
A fase de preparação é longa, variando de um ano e meio a 3 anos, durante este período o ortodontista irá posicionar seus dentes a uma nova posição que proporcionará que eles se ajustem após a cirurgia.
Em casos cirúrgicos durante o tratamento ortodôntico é comum que os pacientes percebam uma “piora” no posicionamento dos dentes. Isto acontece porque o ortodontista tem que corrigir as compensações musculares que levaram os dentes para aquelas posições, fazendo com que a má oclusão se expresse completamente. Após a cirurgia e com os ossos reposicionados, o paciente percebe que seus dentes enfim se ajustam de forma adequada.
Para realização dos procedimentos cirúrgicos, o ideal é que o profissional seja um dentista com especialização em cirurgia e traumatologia buco-maxilo-facial, ou seja, o cirurgião buco-maxilo-facial. Ele trabalhará em equipe com o ortodontista que irá alinhar seus dentes antes da cirurgia e fazer os ajustes finais após ela por um período de tempo que varia de 6 a 9 meses.
Quando o tratamento ortodôntico pré-cirúrgico estiver próximo do fim, um registro adicional e atualizado, incluindo raios-x, tomografias computadorizada, fotos e moldes de seus dentes, serão realizados para ajudar no direcionamento da cirurgia.
A cirurgia ortognática é realizada no hospital com anestesia geral, com o paciente em jejum de 10 horas e, dependendo do procedimento, a alta é dada no dia seguinte. As incisões costumeiramente são realizadas na parte de dentro da boca, não deixando cicatrizes no rosto. Basicamente, “solta-se” a maxila, a mandíbula ou o queixo - e, às vezes todos eles. Sendo a fixação da nova posição dos ossos com placas e parafusos de titânio. Após quatro dias da alta hospitalar, tem-se início o uso de elásticos que são encaixados no aparelho ortodôntico que serão colocados e retirados pelo próprio paciente.
Normalmente não ocorrem dores após a cirurgia devido os ossos estarem unidos por placas e parafusos de titânio, o que evita a micro movimentação , praticamente eliminando a dor. Se alguma dor se tornar presente, ela é facilmente controlada através de medicações simples como analgésicos e anti inflamatórios.
Recomenda-se que o paciente fique fora de suas atividades e trabalho por pelo menos 15 dias, sendo ideal três semanas. Na primeira semana de pós-operado, a pessoa irá se alimentar só de líquidos, e, depois, gradativamente vai iniciar com os alimentos pastosos. Já as carnes são alimentos liberados apenas depois de três meses, e atividades físicas depois de seis ou nove meses.
A indicação do procedimento é uma correção funcional da desproporção esquelética, que pode vir ou não provocar dores musculares e nas articulações. Embora a maioria dos pacientes busquem a cirurgia por questões estéticas e psicológicas.
Em termos de contraindicação, como em qualquer outra cirurgia, é necessário checar sobre distúrbios sistêmicos que contraindiquem uma anestesia geral. A cirurgia ortognática também está contraindicada para pacientes que não irão cooperar com os cuidados pós-operatórios e que possuam distúrbios neurológicos.
Como em qualquer procedimento cirúrgico, a ortognática possui seus riscos “comuns”, porém, existem formas de amenizar estes riscos. Uma das maneiras é optar pelo profissional adequado que irá realizar o procedimento, avaliar a sua equipe e o hospital. Além disso, como não se trata de uma cirurgia de emergência, e sim, uma cirurgia eletiva, devemos escolher o momento mais oportuno para aquele paciente, de acordo com a sua saúde e agenda.
FASES DO TRATAMENTO:
1) Avaliação da necessidade de exodontia dos terceiros molares (sisos) antes da montagem do aparelho.
2) Montagem do aparelho ortodôntico
3) Cirurgia ortognática
4) Recuperação - 30 dias sem esforço físico, sem esporte nem sol.
5) Retomada do tratamento ortodôntico após 30 a 60 dias de realizada a cirurgia para refinar a posição dos dentes.
6) Controles periódicos com o cirurgião.
SITUAÇÕES QUE PODEM INDICAR A NECESSIDADE DE CORREÇÃO CIRÚRGICA:
1) Dificuldade de mastigação
2) Dificuldade de deglutição ( engolir)
3) Dores crônicas na mandíbula e nas articulações
4) Dores de cabeça tencionais
5) Desgaste excessivo dos dentes
6) Mordida aberta anterior e posterior (espaço entre os dentes superiores e inferiores ao fechar a boca).
7) Lesão facial ou defeito de nascença, devido a algumas síndromes e anomalias como microssomia hemifacial, disostose cleidocraniana, fissuras palatinas e labiais, Síndrome de Treacher Collins
8) Trauma facial.
9) Queixo retraído
10) Mandíbula proeminente
11) Incapacidade de manter a boca fechada sem esforço.
12) Respiração pela boca
13) Apneia do sono
BENEFÍCIOS DA CIRURGIA ORTOGNÁTICA:
1) Melhora da respiração
2) Melhora da mastigação
3) Melhora do posicionamento lingual
4) Melhora da oclusão
5) Menor desconforto nas articulações
6) Aumento de autoestima
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